Vamos começar com clareza: existe uma diferença prática entre as duas alternativas que afeta a rentabilidade e a forma de resgate.
Segundo a Anbima, 68% das pessoas que investem ainda mantêm dinheiro na poupança. Esse produto existe desde 1861 e tem isenção de IR para pessoa física.
O Tesouro Direto nasceu em 2002 e permite a compra de títulos do governo federal. Ele é visto como muito seguro, pois tem garantia do Tesouro Nacional.
Ambos são opções conservadoras, mas apresentam regras de rendimento, liquidez e custos bem distintos. Pequenas diferenças nos cálculos podem gerar resultados diferentes ao longo do tempo.
Nos próximos trechos, compararemos tributação, segurança e exemplos práticos para ajudar você a decidir onde colocar seu investimento com mais confiança.
Principais conclusões
- Entenda que são opções conservadoras com regras distintas.
- A poupança tem isenção de IR; tesouro oferece mais opções de rentabilidade.
- Segurança do governo federal é um ponto forte do tesouro.
- Liquidez e custos influenciam a rentabilidade final.
- Escolha depende de prazo, perfil e objetivos.
Entenda o que está em jogo: objetivo, prazo e perfil do investidor
Definir seu objetivo é o primeiro passo: reserva de emergência, compra planejada ou aposentadoria exigem prazos e estratégias diferentes. O prazo da aplicação indica se você precisa de liquidez ou se pode buscar proteção contra inflação.
O perfil do investidor influencia a tolerância a oscilações no tempo. Um conservador prefere baixa volatilidade; um moderado aceita movimentos para ganhar mais no longo prazo. Mapear quando você vai precisar do dinheiro evita resgates antecipados que reduzem ganhos.
Prazos curtos geralmente combinam com mais liquidez e menos risco. Prazos longos abrem espaço para proteção contra inflação ou taxas previsíveis. Mesmo em opções conservadoras há diferenças claras de risco e retorno.
- Comece pequeno: aumente exposição ao tesouro direto gradualmente.
- Parcelar aportes suaviza o risco de entrar em um momento ruim.
- Avalie taxa, custos e tributação antes de escolher qualquer investimento.
Poupança hoje: como funciona, rendimento e segurança
Antes de decidir, é essencial entender como o rendimento é calculado e como isso afeta sua estratégia no curto e médio prazo.

Regra de rendimento: duas fórmulas simples
Quando a taxa selic está acima de 8,5% ao ano, a conta rende 0,5% ao mês + TR. Se a Selic estiver em 8,5% ao ano ou abaixo, o rendimento é 70% da Selic + TR.
O crédito da rentabilidade ocorre na data de “aniversário” do depósito. Se você sacar antes desse dia no mesmo mês, aquele período não rende.
Segurança e cobertura do FGC
Os depósitos têm proteção do Fundo Garantidor de Créditos: até R$ 250 mil por CPF por instituição. Há também um teto global de R$ 1 milhão a cada quatro anos.
Por isso, convém não concentrar todo o valor no mesmo banco. A liquidez é prática — saque a qualquer momento —, mas a eficiência do rendimento pode ficar abaixo da inflação.
- Resumo: simples e isenta de IR, mas com limitações de rentabilidade frente a outros título e opções como o tesouro direto.
Tesouro Direto em detalhes: tipos de títulos, rentabilidade e custos
Cada título tem regras próprias de rendimento, prazo e risco — conheça-as. Isso ajuda o investidor a alinhar aplicação e objetivo sem surpresas.

Tesouro Selic: liquidez diária
Tesouro Selic é pós-fixado à taxa Selic e oferece liquidez no dia a dia. Por isso, é a escolha comum para reserva de emergência.
Tesouro Prefixado: previsibilidade e risco
No tesouro prefixado você contrata uma taxa fixa para o vencimento. Antes do prazo, o preço pode oscilar devido à marcação a mercado.
Tesouro IPCA+ e RendA+: proteção contra inflação
Os títulos IPCA+ combinam inflação com uma taxa real. O RendA+ paga renda mensal por até 20 anos após o vencimento, ideal para metas longas.
Tributação e custos
A tributação no programa segue tabela regressiva do imposto renda, de 22,5% a 15%. IOF incide só em resgates até 30 dias.
A taxa custódia da B3 é 0,2% ao ano. Corretoras podem cobrar administração, mas há várias que isentam essa taxa.
“Garantia do Tesouro Nacional torna esses títulos referência de baixo risco de crédito.”
- Combine prazo e objetivo para evitar venda antecipada.
- Considere liquidez e taxa na hora de comparar rentabilidade.
poupança ou tesouro direto: comparação de rentabilidade, segurança e liquidez
Aqui vamos comparar ganhos, proteção e acesso ao dinheiro para ajudar sua decisão.
Rentabilidade e rendimento real
Em muitos cenários o rendimento poupança fica abaixo da inflação, reduzindo o valor real do aporte.
O Tesouro Selic acompanha a taxa Selic, o que tende a oferecer rendimento líquido superior em prazos curtos e médios.
Segurança
A poupança conta com cobertura do FGC: até R$ 250 mil por CPF por instituição e limite global de R$ 1 milhão a cada quatro anos.
Já os títulos têm garantia do Tesouro Nacional, a referência máxima de crédito no país.
Liquidez na prática
Saques na poupança podem ser feitos a qualquer momento, mas o rendimento só é creditado no aniversário do depósito.
No Tesouro Direto, resgates solicitados entre 9h30 e 13h podem liquidar no mesmo dia; depois desse horário, saem no próximo dia útil.
Tributação e taxas
A isenção de imposto favorece a poupança no curto prazo. No tesouro há IR regressivo e taxa de custódia da B3, mas o resultado líquido costuma vencer a longo prazo.

“Escolha depende do seu caso: prazo, objetivo e necessidade de acesso ao valor.”
Simulações e cenários: quanto R$ 1.000 podem render no tempo
Vamos ver números práticos para entender o comportamento de R$ 1.000 em horizontes diferentes. As projeções ajudam a comparar rentabilidade e risco de forma objetiva.

Horizonte de 5 anos
Com 5 anos, um investimento padrão a 7,28% ao ano chega a R$ 1.364.
Já o tesouro selic, considerando imposto renda de 15% ao final, alcança R$ 1.463,08.
Horizonte de 10 anos
Em 10 anos, a capitalização faz diferença. A mesma aplicação chega a R$ 1.728 na taxa fixa simulada.
Com Selic média estimada em 9,5% e IR de 15%, o tesouro selic alcança R$ 1.817,42.
Inflação e preservação do poder de compra
Para proteger o poder compra, títulos atrelados ao IPCA são interessantes.
Eles preservam valor quando a inflação sobe, algo que nem sempre ocorre na poupança.
| Horizonte | Aplicação (R$1.000) | Resultado – opção A | Resultado – tesouro selic |
|---|---|---|---|
| 5 anos | R$ 1.000 | R$ 1.364 | R$ 1.463,08 |
| 10 anos | R$ 1.000 | R$ 1.728 | R$ 1.817,42 |
| Observação | Simulações ilustram rendimentos e mostram impacto do prazo, taxa selic e imposto sobre o dinheiro. | ||
“Simulações são um ponto de partida; aportes regulares aumentam ganhos no longo prazo.”
Quando escolher cada um: prazos, objetivos e momentos de mercado
O momento econômico e o seu objetivo guiam a melhor escolha. Defina primeiro se você precisa de acesso rápido ao dinheiro ou se pode deixar o capital render até uma data marcada.

Reserva de emergência e liquidez diária
Para reserva, priorize liquidez previsível e baixa oscilação. O tesouro selic costuma evitar perdas em resgates antes do vencimento. Ele oferece eficiência maior que alternativas simples em muitos cenários.
Planos de médio e longo prazo
Se a meta tem vencimento definido, combine o prazo do título com sua data. Assim você reduz a necessidade de vender antes do tempo e evita marcação a mercado.
Quando a expectativa é de queda de juros, títulos com taxa fixa ou o tesouro prefixado podem valer a pena. Para preservar poder de compra no longo prazo, prefira títulos atrelados à inflação.
“Casar vencimento e objetivo é a melhor defesa contra vendas antecipadas e surpresas de mercado.”
| Objetivo | Recomendação | Risco principal |
|---|---|---|
| Reserva emergência | Tesouro Selic / liquidez diária | Baixa volatilidade |
| Médio prazo (3–5 anos) | Mix: prefixados se juros caírem | Marcação a mercado |
| Longo prazo | IPCA+ para preservar compra | Risco de mercado menor com vencimento |
Invista de forma gradual. Comece com aportes menores para ganhar confiança e revise a carteira conforme o momento econômico e seus objetivos.
Pontos positivos e negativos resumidos: o que considerar antes de aplicar
Antes de aplicar, vale resumir os pontos que mais pesam na decisão entre opções conservadoras. Isso ajuda a alinhar objetivo, prazo e perfil do investidor.

Vantagens e limitações da conta simples no dia a dia
Vantagens: é fácil de movimentar, tem isenção de IR e IOF para pessoas físicas e cobertura do FGC até R$ 250 mil por CPF por instituição.
Outro lado: a baixa rentabilidade muitas vezes perde para a inflação. Isso gera pontos negativos na preservação do poder de compra.
Prós e contras do investimento público para diferentes investidores
Prós: variedade de título, potencial de ganho maior no longo prazo e garantia do emissor público.
Contras: há IR regressivo (22,5% a 15%), IOF em resgates até 30 dias e taxa de custódia da B3 de 0,2% a.a. Além disso, prefixados e IPCA+ podem oscilar antes do vencimento.
| Aspecto | Conta simples | Tesouro Direto |
|---|---|---|
| Tributação | Isenção IR/IOF | IR regressivo; IOF até 30 dias |
| Segurança | FGC até R$250k por instituição | Garantia do Tesouro Nacional |
| Liquidez | Saque imediato (crédito no aniversário) | Resgate em dias úteis; marcação a mercado possível |
“Comece simples, aprenda com a prática e migre parte da aplicação para alternativas mais eficientes quando estiver pronto.”
Conclusão
Os dados de 2024 mostram que saques superaram depósitos em bilhões, indicando que muitos estão revendo onde deixar o dinheiro.
Resumo prático: para quem busca maior rentabilidade com segurança do governo federal, o tesouro direto tende a ser mais vantajoso no médio e longo prazo. A garantia é do Tesouro Nacional, mas atenção à tributação e à taxa custódia.
Combine prazo e objetivo: casar o vencimento do título com sua meta reduz o risco de vender antes do tempo. Defina seu investimento, tolerância a oscilações e revise a carteira periodicamente.
Próximo passo: compare rendimentos, custos e, quando fizer sentido no seu caso, considere investir tesouro direto para preservar poder compra e buscar melhor rendimento no tempo.

